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Em discurso de abertura na ONU, Lula diz que mundo está “cada vez mais desigual”

O presidente do Brasil falou ainda sobre a gravidade da crise climática: “Ela bate às nossas portas, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo aos mais pobres”
Nova York, EUA, 19.09.2023 - Presidente Lula discursa na abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (19), na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA), que o Brasil vai dar a sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais. “Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta”, afirmou.

Em seu discurso, que aconteceu antes de todos os outros líderes de Estado, o petista ainda tocou em assuntos sensíveis como a gravidade da crise climática e o aumento da desigualdade e da fome no mundo.

“Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres”, disse Lula. 

O presidente do País complementou: “A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã. O mundo está cada vez mais desigual’. 

Ele disse ainda que, no Brasil, há o compromisso em implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. “Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, declarou, sob aplausos

Lula também falou sobre a necessidade de ação em relação às mudanças climáticas. “Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado”, disse.

“Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo”, enfatizou.

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