O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (19), na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA), que o Brasil vai dar a sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais. “Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta”, afirmou.
Em seu discurso, que aconteceu antes de todos os outros líderes de Estado, o petista ainda tocou em assuntos sensíveis como a gravidade da crise climática e o aumento da desigualdade e da fome no mundo.
“Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres”, disse Lula.
O presidente do País complementou: “A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã. O mundo está cada vez mais desigual’.
Ele disse ainda que, no Brasil, há o compromisso em implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. “Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, declarou, sob aplausos
Lula também falou sobre a necessidade de ação em relação às mudanças climáticas. “Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado”, disse.
“Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo”, enfatizou.