Nesta semana, a Walt Disney Co. anunciou que está expandindo fortemente os investimentos nos seus parques e atrações temáticas, com ações chegando até os 60 bilhões de dólares. O valor será aplicado ao longo da próxima década, de acordo com um documento da SEC (o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, CVM, no Brasil).
Essa quantidade de capital já é o dobro do que a empresa investiu em seu turismo na década passada. Estando cercada de uma onda de desconfiança por parte do público em suas produções, principalmente voltadas ao serviço de streaming Disney+, apostar no mercado dos parques parece ser a solução mais segura. Esse é o único braço da gigante do entretenimento que foi menos afetado nos últimos anos.
Para Luiz Esteves, colunista de Cultura da UrbNews, a Disney tomou atitudes controversas nos últimos meses com o seu streaming, “como o aumento no preço da assinatura e a remoção de dezenas de conteúdos originais, como a série “Willow”. Ações assim desagradaram os consumidores’, ele explica.
As atrações temáticas da Disney também têm sido a prioridade principal de Bob Iger, atual CEO da Walt Disney Co.
Durante uma teleconferência para discutir os resultados recentes da empresa, ele comentou como os parques da Ásia tem se saído bem, mas admitiu que nos Estados Unidos a procura não tem sido tão relevante, o que diz ser “resultado de nossa comemoração de 50 anos de grande sucesso”.
Mesmo com o sucesso constante, os parques da Disney não estão isentos da concorrência. Recentemente, o Universal Epic Universe da NBCUniversal está programado para ser lançado em Orlando, um ambiente temático que conta com restaurantes, hotéis e, claro, atrações temáticas.
Este se tornará o terceiro parque temático do Universal Orlando Resort a competir fervorosamente com os quatro da Walt Disney World.
Na tentativa de manter o interesse do público, o grande foco da empresa em seus parques também se baseia nas propriedades intelectuais que ela detém. Atrações como Cars Land nos parques da Califórnia, Star Wars Galaxy’s Edge na Disneyland e Avengers Campus da California Adventure são alguns dos mais recentes sucessos que se utilizam das marcas populares em seu catálogo.
Sobre o assunto, Luiz Esteves afirma que a grande demanda por mais conteúdos relacionados a essas franquias é o que também enfraquece o seu poder de impacto no consumidor.
“Focando quase que exclusivamente em remakes ou continuações de filmes consagrados, a empresa tem produzido pouquíssimo conteúdo original ou inovador que conquiste o grande público. Isso também acaba refletido nos parques”, comenta.