A empresa Fiotex, dona de um terreno que foi desocupado na madrugada desta terça-feira (10), no Carlito Pamplona, se manifestou sobre o ocorrido. De acordo com a empresa, no final da tarde da última sexta-feira (6), foi oficiada pela Polícia Militar que seu terreno estava sendo alvo de demarcação irregular. De imediato, ainda no mesmo dia, registrou um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial.
“Na madrugada desta terça-feira (10), a empresa adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal. Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas”, alegou a empresa por meio de nota.
Conforme a Fiotex, a equipe foi surpreendida por pessoas que vinham de fora do terreno, “arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores”.
A empresa disse ainda que o trator utilizado na ação foi destruído e incendiado, e que dois colaboradores ficaram feridos e levados para um hospital particular.
“A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas. A empresa é proprietária do terreno há mais de 20 anos. O imóvel está registrado na matrícula 3507 do Cartório da terceira zona”, finaliza.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), durante a ocorrência, uma mulher de 28 anos deu entrada em uma unidade de saúde do bairro Pirambu (AIS 8) lesionada com disparos de arma de fogo. A vítima não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
Ainda conforme a SSPDS, a desocupação teria sido iniciada por seguranças contratados pela empresa privada. “Outros indivíduos colocaram fogo em entulhos e vegetação em vias do bairro. Os focos de incêndio foram controlados pelos Bombeiros. Dois ônibus também foram danificados”, informa a nota.
Sobre o caso, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), informou por meio das redes sociais que os três suspeitos de envolvimento na desocupação foram identificados ainda nesta terça-feira (10). Destes, dois foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Não foi informado se eles foram presos ou não.
O chefe do Executivo cearense disse ainda ter determinado ao secretário da Segurança Pública “rigorosa apuração deste lamentável episódio” e que a “Polícia Militar foi acionada e imediatamente e controlou a situação no local”.
Após a morte da vendedora Mayane Lima durante a tentativa de desocupação do terreno no bairro Carlito Pamplona, uma série de ataques foi registrada nos arredores da região do Grande Pirambu, em Fortaleza. Barricadas de fogo foram montadas nas avenidas Leste Oeste e Francisco Sá nesta terça.
Cinco linhas de ônibus de Fortaleza que passam pela região do Grande Pirambu tiveram seus itinerários desviados por causa de tentativas de vandalismo contra veículos. Outras 14 rotas foram temporariamente retiradas de circulação nesta terça.
Leia a nota da Fiotex na íntegra:
“A Fiotex informa que, no final da tarde da última sexta-feira (6), foi oficiada pela Polícia Militar que seu terreno no bairro Carlito Pamplona estava sendo alvo de demarcação irregular. De imediato, ainda no mesmo dia, registrou um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial.
Na madrugada desta terça-feira (10), a empresa adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal. Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas.
A equipe foi surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores.
O trator utilizado na ação foi destruído e incendiado, e dois colaboradores ficaram feridos e levados para um hospital particular.
A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas.
A empresa é proprietária do terreno há mais de 20 anos. O imóvel está registrado na matrícula 3507 do Cartório da terceira zona.”