Para algumas pessoas, as luzes de Natal podem evocar sentimentos nem sempre agradáveis. A pressão para cumprir metas, o reencontro com familiares e a expectativa para o início de um novo ano são fatores que podem gerar ansiedade e estresse. Esse turbilhão de emoções, que tende a se intensificar com a proximidade do Natal e do Ano Novo, recebe um nome popular: “dezembrite”.
A psicóloga Cristiane Barreto explica que a dezembrite “é um termo popular para descrever os sentimentos intensos que essa época do ano pode provocar. Pode afetar o bem-estar emocional das pessoas de diferentes formas, dependendo de como elas interpretam e lidam com os eventos e demandas do período”.
A especialista salienta que algumas pessoas geram muitas expectativas e comparações, sobre a necessidade de “ter um final de ano perfeito” ou comparações com a vida de outras pessoas podem gerar ansiedade, frustração ou tristeza”.
Um estudo da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) revelou recentemente que o estresse em dezembro é, em média, 75% maior do que nos outros meses do ano. A ansiedade também aumenta em 70%, enquanto os problemas com o sono crescem 38%.
Outro dado alarmante vem do Centro de Valorização da Vida (CVV), que registra um aumento de 20% no número de ligações recebidas durante esse período.
Como minimizar os efeitos?
De acordo com Cristiane Barreto, a maneira como alguém pensa sobre o futuro, suas capacidades e expectativas pode influenciar diretamente suas emoções e comportamentos. Com base nisso, ela compartilhou algumas orientações para ajudar a reduzir os efeitos negativos dessas emoções.
Para regular melhor esse efeito da ansiedade de final de ano observe algumas situações:
- Evite expectativas elevadas: Pensamentos como “Eu preciso fazer deste ano o melhor de todos” ou “Se não alcançar meus objetivos, serei um fracasso” podem criar pressão excessiva e levar à ansiedade.
- Evite comparações sociais: Ao observar realizações ou metas de outras pessoas (especialmente em redes sociais), surgem pensamentos como “Estou atrasado em relação aos outros” ou “Nunca vou ser tão bem-sucedido quanto fulano”. Essas comparações podem minar a autoconfiança.
- Enfrente o medo do desconhecido: Um novo ano traz incertezas. Pensamentos automáticos como “E se algo der errado?” ou “Não sei se conseguirei lidar com o que está por vir” podem alimentar preocupações e inseguranças sobre o futuro.
- Evite a sobrecarga de planejamentos e metas: Ao definir muitas metas ou objetivos rígidos, a pessoa pode sentir que precisa fazer tudo ao mesmo tempo. Crenças como “Se eu não realizar tudo, terei falhado” aumentam a sensação de exaustão e ansiedade.
- Evite fazer apenas reflexões negativas sobre o ano que passou, como: “Eu não fiz nada de útil” ou “Tudo deu errado”, podem impactar o humor e criar uma visão pessimista para o ano seguinte. Liste as mínimas coisas boas que aconteceram também!