Nesta terça-feira (4), a China respondeu às tarifas impostas por Donald Trump a importações de produtos do país, através de medidas similares que atingem os combustíveis, veículos e máquinas agrícolas dos Estados Unidos. A decisão marca uma nova etapa da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Além disso, o país asiático também apresentou uma reclamação à Organização Mundial do Comércio (OMC) “para defender seus direitos e interesses legítimos” frente a imposição de tarifas sobre os produtos chineses nos EUA.
A retaliação foi anunciada minutos após as tarifas de 10% adicionais impostas pelo presidente Donald Trump às importações de produtos chineses entrarem em vigor.
O Ministério das Finanças da China proclamou em comunicado a adoção de tarifas de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos, e de 10% sobre o petróleo bruto, máquinas agrícolas e alguns modelos de veículos.
A decisão é uma resposta ao “aumento unilateral de tarifas” por parte dos Estados Unidos, afirma o comunicado.
De acordo com Pequim, a decisão de Trump “viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), não faz nada para resolver seus problemas e prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre China e Estados Unidos”.
Na OMC, a potência asiática disse que a nova política alfandegária dos EUA é “de natureza mal-intencionada”.
Além da resposta tarifária, as autoridades chinesas também anunciaram uma investigação contra o grupo norte-americano Alphabet, dona do Google, por violação das leis antimonopólio chinesas.
O país regido por Xi Jinping também oficializou a inclusão do grupo de moda PVH, proprietários das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein, e do grupo de biotecnologia Ilumina em uma lista de “entidades não confiáveis”.
A China anunciou ainda novos controles sobre a exportação de metais e produtos químicos raros, como tungstênio, telúrio, bismuto e molibdênio, utilizados em diversas indústrias.
Trump também havia anunciado tarifas contra o Canadá e o México, de 25%, mas suspendeu a implementação das medidas por 30 dias em troca de concessões sobre o controle de fronteiras e a aplicação de leis contra o crime com os dois países vizinhos.
O presidente republicano disse que pretendia ligar para o mandatário chinês, Xi Jinping, nas próximas 24 horas para negociar um acordo similar.
Os EUA apontam a China pela entrada no país do fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína e responsável por quase 75.000 mortes anuais por overdose no país.
De acordo com o serviço de inteligência americano, a China envia componentes químicos para o México, onde os carteis mexicanos os transformam em fentanil e enviam o produto para os Estados Unidos.
Trump afirma que o Partido Comunista que governa a China tem “subsidiado empresas químicas para que exportem fentanil”, mas não há nada confirmado.