Play Video
Mundo

Paridade entre homens e mulheres chega a melhor índice desde a pandemia, diz Fórum Econômico Mundial

Por UrbNews
Atualizado há 4 semanas
Tempo de leitura: 5 mins
Compartilhe a notícia:
Países ricos tendem a ser mais igualitários, segundo o relatório. Foto: Freepik

A paridade entre homens e mulheres chegou ao melhor nível desde a pandemia de Covid-19. Mas essa melhora significa que a igualdade deve levar 123 anos para se concretizar, segundo a 19ª edição do relatório Global Gender Gap Report (relatório global de disparidade de gênero, em tradução livre), do Fórum Econômico Mundial.

O relatório mede o nível de paridade entre homens e mulheres, levando em conta aspectos econômicos, políticos, de saúde e de educação para compor o quadro geral dos 148 países incluídos. Cada país é avaliado em um percentual de 0 (nenhuma paridade de gênero) a 100 (paridade total de gênero).

Na economia, são levados em consideração aspectos como a participação na força de trabalho, a equidade salarial, salário estimado. Os dados são de bases da Organização Internacional do Trabalho, do Banco Mundial e do próprio Fórum Econômico Mundial.

Na política, é observada a quantidade de parlamentares e ministras mulheres, além da presença de mulheres como chefes de estado. Os dados são da Organização das Nações Unidas e do próprio Fórum.

Na saúde, dados do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde baseiam os indicadores de expectativa de vida e a proporção de meninas e meninos nascidos.

Taxa de analfabetismo e nível de escolaridade vindos de dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), compõem o quadro geral da educação. Cada um desses aspectos é medido na escala de disparidade que vai de 0 a 100%.

Em 2025, o percentual de paridade foi de 68,8%, 0,3 pontos percentuais a mais do que em 2024.
A pandemia de Covid-19 teve um impacto grande na disparidade entre homens e mulheres. No relatório do Fórum Econômico Mundial de 2020, a estimativa para a superação da lacuna entre os gêneros era de cem anos.

Apesar de o relatório deste ano indicar o melhor nível de paridade desde então, o mundo ainda não recuperou o ritmo pré-pandêmico de avanço para as mulheres.

Neste ano, o aspecto econômico é o que mais pesa na melhoria dos indicadores, tendência que vem desde o relatório de 2024. As mulheres representam 41,2% da força de trabalho do mundo -mas só 28,8% delas chegam a posições de liderança, mesmo sendo mais escolarizadas do que os homens.

Segundo o relatório, mesmo as mulheres mais escolarizadas são menos de um terço da liderança.
A paridade na força de trabalho, que viu um baque significativo durante a pandemia, já apresentava melhora no relatório do ano passado: de 62,3% de paridade na pandemia foi para 65,7%.

As mulheres também são 55,2% mais propensas que homens a fazer pausas na carreira e passam, em média, um ano e meio a mais fora do mercado de trabalho.

Países ricos tendem a ser mais igualitários, segundo o relatório. Na média, estão em 74,3% de igualdade. Os países mais pobres ficam em 66,4%, mas têm avanços mais rápidos em direção à paridade. Segundo o Fórum, é sinal de que enriquecimento não é o único caminho para a melhoria e políticas estratégicas têm impacto.

Dos países ricos, a Arábia Saudita se destacou na redução da disparidade. Dos mais pobres, chamam a atenção os avanços em Bangladesh e no Equador. Na média, o mundo deve levar 135 anos para atingir a paridade econômica entre homens e mulheres.

Avanços na política também carregam a melhora do indicador geral, embora a área seja o maior desafio detectado pelo estudo -educação e saúde apresentam níveis médios próximos da paridade, acima de 95%.

Na política, houve aumento de nove pontos percentuais em direção à paridade desde que o Fórum Econômico Mundial começou a produzir esses estudos, em 2006. Hoje, 22,9% da paridade foi atingida.
A Islândia é o país com menor disparidade (92,6%) pelo 16º ano consecutivo. É a única economia com mais de 90% de paridade de gênero.

Em termos de regiões, América Latina e Caribe -agrupados no relatório- apresenta o progresso mais rápido. No relatório deste ano, a região foi a terceira melhor colocada, com 74,5%.

A Europa, apesar de dominar o top 10, ficou em segundo lugar no ranking regional, com paridade em 75,1%. Quem lidera o ranking é a América do Norte, com 75,8% de paridade de gênero alcançada, alavancada pela performance econômica com 76,1% de igualdade.

O Oriente Médio e África do Norte é a pior região do ranking, com 61,7% de paridade entre homens e mulheres. O relatório destaca, porém, que a melhora desde 2006 é significativa, de mais de oito pontos percentuais.

Bárbara Blum, da Folhapress

25
Compartilhe

Assuntos

Notícias relacionadas

Quase meio milhão de trabalhadores se afastaram por transtornos mentais em 2024, revela estudo
Brasil
Quase meio milhão de trabalhadores se afastaram por transtornos mentais em 2024, revela estudo
Ministra da Saúde afirma que Brasil vive
Brasil
Ministra da Saúde afirma que Brasil vive "pandemia" de vício em jogos de aposta
foto site (2)
Amazonas
Manaus e Amazonas podem pagar R$ 4 bilhões por falta de oxigênio durante pandemia
Quase meio milhão de trabalhadores se afastaram por transtornos mentais em 2024, revela estudo
Brasil
Quase meio milhão de trabalhadores se afastaram por transtornos mentais em 2024, revela estudo
Ministra da Saúde afirma que Brasil vive
Brasil
Ministra da Saúde afirma que Brasil vive "pandemia" de vício em jogos de aposta
foto site (2)
Amazonas
Manaus e Amazonas podem pagar R$ 4 bilhões por falta de oxigênio durante pandemia
expectativa-de-vida-brasil
Brasil
Expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,5 anos após queda na pandemia

Inscreva-se em nossa Newsletter!

A forma mais rápida de manter-se atualizado.
Receba as notícias mais recentes, de segunda a sexta-feira, diretamente na sua caixa de e-mail.