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Economia

BC avança no ciclo de alta de juros e eleva Selic em 0,25 ponto, para 15% ao ano

Com o novo aumento, a Selic atingiu o maior patamar desde julho de 2006, quando estava fixada em 15,25% ao ano
Por Pedro Breno Araujo
Atualizado há 3 semanas
Tempo de leitura: 3 mins
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O ciclo teve início em setembro do ano passado, ainda na gestão de Roberto Campos Neto, e até agora foram realizados sete aumentos consecutivos em nove meses. Foto: Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central avançou no ciclo de alta de juros nesta quarta-feira (18) com uma elevação em ritmo menor, de 0,25 ponto percentual, e subiu a taxa básica (Selic) de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi unânime. No comunicado, o colegiado do BC também antecipou que prevê a uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado.

Com o novo aumento, a Selic atingiu o maior patamar desde julho de 2006, quando estava fixada em 15,25% ao ano. Naquela época, contudo, os juros seguiam em trajetória de queda após o pico de 19,75% ao ano, durante o escândalo do mensalão, em 2005. O ciclo teve início em setembro do ano passado, ainda na gestão de Roberto Campos Neto, e até agora foram realizados sete aumentos consecutivos em nove meses. A taxa básica partiu de 10,50% ao ano e acumulou elevação de 4,5 pontos percentuais nesse processo.

Às vésperas da reunião, o mercado financeiro estava dividido sobre a decisão do Copom. Levantamento feito pela Bloomberg com 32 instituições mostrou que 20 apostavam no fim do ciclo, com a manutenção da Selic em 14,75% ao ano, enquanto 12 projetavam que a taxa básica atingiria 15% ao ano, com um aumento final de 0,25 ponto percentual.

No encontro anterior, em maio, o comitê deixou os passos seguintes em aberto, falando em flexibilidade e cautela diante da incerteza gerada, em especial, pelo ambiente externo. Desafiam a atuação dos bancos centrais o agravamento do conflito no Oriente Médio e os efeitos ainda nebulosos da guerra comercial aberta pelos Estados Unidos. Mais cedo, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) manteve os juros inalterados no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano pela quarta vez consecutiva.

No cenário doméstico, a questão fiscal ainda é motivo de preocupação e as projeções de inflação para prazos mais longos estacionaram longe da meta perseguida pelo BC. O alvo central é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida se ficar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Devido aos efeitos defasados da política de juros sobre a economia, o BC trabalha agora mirando a inflação do fim de 2026, conforme o sistema de avaliação contínua.

Segundo o último boletim Focus, os analistas projetam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) termine 2026 no limite superior do intervalo de tolerância, em 4,5%. Para 2027, a estimativa mediana do mercado seguiu em 4% pela 17ª semana seguida. O Copom, que hoje é composto majoritariamente por representantes indicados por Lula, com sete dos nove membros, volta a se reunir nos dias 29 e 30 de julho.

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